Sunday, December 30, 2007

BOM ANO NOVO

Foto: Arlindo Pato Mota. Paris. Junto à Gare Saint Lazàre

"A vida e a morte é privilégio dos deuses, a hora e a companhia é desígnio dos homens" apm

A ASAE E O BOM SENSO

Depois de ler a entrevista do presidente da ASAE ao semanário SOL, onde repetiu os argumentos já expressos noutros meios de comunicação, não pude deixar de ficar apreensivo: 700 a 800 normativos para fazer cumprir significa outros tantos normativos para serem entendidos. De um supetão, sem pedagogia (quer pela complexidade da tarefa, quer pela consabida falta de preparação de alguns dos operadores económicos), insensível às consequências (o desemprego de milhares de pessoas, já das mais desprotegidas da sociedade). Certamente que a ASAE estava também na mira de Pacheco Pereira quando adverte para um "fascismo higiénico". É certo que alguma coisa havia a fazer em certos sectores no domínio da higiene, mas depressa o que ficou associado à entidade fiscalizadora foi a gula mediática, o cerco aos pequenos, ao caseiro, aos segredos das nossas avós na culinária.
Temo bem que, com justeza, se lhe aplique a célebre máxima cartesiana, prenhe de ironia: "O bom senso é a coisa que, no mundo, está melhor distribuída (...) pois os mais difíceis de contentar em todas as outras coisas não parecem desejar mais do que o que têm." (Citado de cor)

Saturday, December 29, 2007

TRATADO DE TORDESILHAS TORNADO PÚBLICO

Governo com acordo de accionistas "nomeia" para a administração do maior banco privado (O BCP) conhecidos militantes do PS, entre os quais Armando Vara, basto conhecido e não pelas melhores razões. O Presidente do PSD protesta e exige em troca a presidência da Caixa Geral de Depósitos. Concedido: é Faria de Oliveira, "conhecido pela sua competência" diz o ministro das Finanças. Por coincidência militante do PSD.
Sem saber o que dizer de tudo isto, cito, parafraseando, Rabelais: "Política sem consciência não é mais do que a ruína de alma".

Friday, December 28, 2007

EVOCAÇÃO DE ALBERTO DE LACERDA

Alberto Lacerda foi um dos fundadores da revista Távola Redonda, com Ruy Cinatti e David Mourão Ferreira. Deixou-nos este ano. Exilou-se voluntariamente em Londres e aí faleceu com 78 anos. Evocamo-lo aqui com um extracto de um poema (ANO NOVO retirado do seu livro Exílio) que seleccionáramos para a publicação Intervalo da CPA dos Liceus em 1965. apm

Virás de manto realmente novo
Entre searas ardentes e mãos puras?
Poderemos enfim chamar-te novo,
Ano novo entre as tuas criaturas?(...)

Ó ano novo, a minha esperança é cega.
Transforma em luz a nossa própria treva.

Alberto de Lacerda in Exílio

FOTOPOEMA: TEMPO DE PARTIDA

Foto: Arlindo Pato Mota

A terra é fresca, entumecida,
O fruto escasseia ou está ausente,
Aproxima-se o tempo da partida.

Arlindo Mota in A Seda das Palavras

INSTALAÇÃO VIRTUAL: PAISAGEM URBANA

Projecto fotográfico de Arlindo Pato Mota

Monday, December 24, 2007

FILHO DE ALICE VÍTIMA DE CAR JACKING

"Estava eu sob os efeitos do Alka Seltzer – azia, consequência ainda do Natal e das filhoses e azevias – quando o meu filho André, de 7 anos, irrompe pelo meu quarto e grita aflito: ”Mãe! Mãe! Fui vítima de car jacking”. Atordoada por aquela entrada abrupta, receosa pelo que lhe pudesse ter acontecido (aparentemente nada de especial, pois ele estava ali bem vivo e mal disposto), nem me apercebi do preciosismo da linguagem que ele utilizara: “car jacking”... Mas onde é que ele já ouvira aquilo?
Mais serena, perguntei-lhe afinal o que acontecera e ele disse-me que dois meninos um pouco mais velhos do que ele, armados com uma metralhadora de plástico e uma espada mágica, o tinham obrigado a dar o seu BMW novinho em folha – prenda de Natal do avô – e também o telecomando (antes tinham-lhe perguntado se ele tinha telemóvel.) E continuava a chorar desalmadamente, era a quarta vez este ano que tal lhe sucedia! Abracei-o, fiz-lhe uns miminhos, e disse-lhe que ele estava era a ter azar pois as estatísticas (ele deveria saber o que eram, pensei eu, pois se sabia o que era o car jacking!) diziam, afirmara o ministro, e quem era eu para o desmentir, que Portugal era o País mais seguro da Europa e este ano até tinha havido menos crimes que no ano passado (é certo que aquelas mortes do pessoal da noite no Porto era barra pesada, como diria a minha prima brasileira, mas...). E assaltos lá no bairro era porta sim, porta não, mas já nem diziam à polícia, que não valia a pena. Car jacking já me tinham avisado, era uma prática espalhada por toda a região, como sucedera em pleno dia, mesmo em frente aos Correios, no centro da cidade, ainda recentemente.
Não ligara, pois deveriam ser boatos!
Acalmado o miúdo, e porque não havia nada a fazer, pensei em avisar os outros pais através do jornal. Nisto entrou o Quico, o novo habitante (canino) lá de casa, prenda de Natal de uns queridos amigos, que não tinham que ir com ele à rua..., e o meu filho, ainda receoso, ia para lhe pôr a trela, que fazia parte da prenda. Aí levantei-me, rapidamente, e, num tom suficientemente impositivo, disse-lhe:
“Aqui em casa, nunca ninguém andou ou andará de trela!"

FOTOPOEMA:O REMIRAR DAS ÁGUAS

Foto de Arlindo Pato Mota. Lapa de Santa Margarida. Arrábida

Nas margens do tempo, por dentro de mim,

Procurei o rio, remirei as águas,

E nos requebros esperados da maré

Recuperei a infância, fiz um balancé:

Foi o voltear incessante entre o riso,

O pranto, a descrença e a fé;

E nas águas constantes que fluem,

Compreendi a mudança que não é.

Arlindo Mota in "A Seda Das Palavras"

Sunday, December 23, 2007

MENSAGEM DE NATAL

O Natal é o sonho, uma flor ignota, um desejo imenso que persiste, mesmo se a dor ao colhê-lo o ignore: ternura, amor, ou apenas sede e um sereno gesto a partilhar, na colheita de uma rosa brava”. Texto de Arlindo Mota

FOTO: DESPERDÍCIOS

Foto de Cília Costa

"A beleza não está no objecto , mas no olhar que capta o objecto". Arlindo Mota

MEMÓRIA DE ELEFANTE: JUSTIÇA, CASOS E ACASOS

Processo Carlos Melancia(1988):Então governador de Macau, pediu demissão ao Presidente da República, na sequência de uma acusação de corrupção passiva, por parte do procurador da República Rodrigues Maximiano, nas obras do aeroporto de Macau. Ao fim de um longo e sinuoso processo jurídico foi ilibado das acusações.
Processo Amorim (1988): O PROCESSO-CRIME contra o empresário Américo Amorim e as suas empresas corticeiras por alegadas fraudes na obtenção de subsídios do Fundo Social Europeu (FSE) foi considerado prescrito pelo Tribunal da Relação do Porto.
Processo Costa Freire/Zezé Beleza(1989): Processo que tem como pano de fundo irregularidades no Ministério da Saúde ao tempo em que a irmã do segundo era ministra dessa pasta. Após rocambolescos episódios o processo acabou por ter sido declarado prescrito no que concerne a Zezé Moreira.

LUIS FILIPE MENEZES: A ARGÚCIA

Entrevistado pelo Expresso, LFM não se coibiu de definir quais, se ele mandasse, deveriam ser as funções do Estado: "O Estado deve sair do ambiente, das comunicaões, dos transportes, dos portos, e na prestação do Estado Social deve contratualizar com os privados e acabar com o monopólio na saúde, educação e segurança social...E quero liberalizar a legislação laboral (...) Não defendo o Estado Social mínimo mas defendo o Estado Social possível". Mais esclarecedor que isto não há. E arguto: esta diferença entre Estado Social mínimo e Estado Social possível vai ficar para a história, tal como ficou a sua célebre invectiva, há uns anos, num congresso do PSD, contra os "sulistas, elitistas e liberais". Com esta posição do líder da oposição conservadora José Sócrates pode dormir descansado: facilmente transmitirá a imagem de um político de esquerda, com preocupações sociais...

Monday, December 17, 2007

JUSTIÇA: JULGADO CASO UGT DE HÁ 18 ANOS!

Foi hoje conhecida a sentença do chamado caso UGT relativo a eventuais procedimentos fraudulentos com dinheiros do FSE, um fundo comunitário destinado à formação profissional. Segundo dados da imprensa não há qualquer condenação a pena efectiva. Torres Couto, João Proença e Rui Oliveira e Costa foram absolvidos. José Veludo seria condenado por burla qualificada na forma tentada, mas o caso prescreveu.
O que surpreende Alice não é o desfecho (sobre o qual se pronunciou quem tinha de se pronunciar, isto é, o tribunal), é sim a longevidade do processo (18 anos!) e a existência de prescrições que anulam as condenações. Esta é a Justiça a duas velocidades: para os que dispõem de meios (financeiros, políticos, sociais) e para os que deles carecem. Tal debilita a democracia e põe a Justiça sob suspeita.

Friday, December 14, 2007

FOTOPOEMA: PELO SONHO É QUE VAMOS

Foto Arlindo Pato Mota. Arrábida. 2007
(...)
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia-a-dia...

Chegamos? Não chegamos?
-Partimos. Vamos. Somos.
Sebastião da Gama ("Poeta da Arrábida")

MÃE, O QUE SÃO OS PIN?

A esta pergunta da minha filha estava com dificuldade em responder. Pensei em dizer "é uma espécie de emblema" parafraseando os Gato Fedorento. Mas percebi que ela se referia a outra coisa, pois estava a ouvir o Ministro da Economia. Respondi então: "São programas de interesse
para o desenvolvimento nacional". Ela calou-se, para meu alívio, para estar atenta à nova telenovela da TVI. (É que eu própria não percebia bem o alcance destes PINS).
Foi então que, ontem, no debate das 11 da noite, na SIC Notícias, o Sr. Henrique Neto, conhecido industrial, figura histórica do partido que está no governo, me esclareceu, dizendo mais ou menos por estas palavras:
"Os PIN que deveriam privilegiar sectores estratégicos de desenvolvimento, têm sido aplicado sobretudo no Alentejo para fomentar projectos ditos turísticos, mas que não passam de projectos de especulação fundiária e imobiliária". Fiquei cheia de curiosidade para saber que projectos eram esses que de turismo pouco tinham e que em 4 anos davam um lucro fabuloso. Referiu-se a Tróia, mas ele estava disposto, se não o interrompessem a dizer mais. Depois de o ouvir tomei uma decisão entusiástica: retomar a minha colecção de PINS, pois percebera pelo industrial que era um negócio valioso...

Thursday, December 13, 2007

MUSEUS DA EUROPA: O LOUVRE

Foto Arlindo Pato Mota.2004

TRADIÇÃO E MODERNIDADE

"...fora em Paris, no Museu do Louvre, quando se encontravam naquela fila imensa que dá cor, movimento e justificação à Pirâmide" (In Alice no País do Faz-de-Conta, de Arlindo Mota)

MIGUEL TORGA: OS BICHOS

Foto Arlindo Pato Mota Vila Franca de Xira. 1960

Miguel Torga, de quem se comemora este ano o centenário do seu nascimento, escreveu contos magníficos. De entre eles elejo "Miura", uma autopsicografia de um touro numa lide desigual:
"...Com a pata nervosa escarvou a areia do chão. Um calor de bosta macia correu-lhe pelo rego do servidoiro. Urinou sem querer. Gritos da multidão. Que papel ia representar? Que se pedia do seu ódio?"

Tuesday, December 11, 2007

OBRIGADO... HAJA O QUE HOUVER

Teresa Salgueiro abandonou os MADREDEUS por razões pessoais, que já vinha manifestando nos últimos anos face aos imperativos das longas tournés que o projecto exigia cada vez mais. Tinha filhos e uma carreira pela frente. Deixou-nos dezenas de maravilhosas canções integradas nos Madredeus. Por tudo isso, obrigado, haja o que houver... Sobreviverá a Banda? Terá Pedro Aires de Magalhães ainda ânimo para pôr o seu talento na procura (dificílima) de encontrar um substituto para a voz e o rosto dos Madredeus? Haja o que houver, tal como os Trovante, ficarão connosco em CD ou Mp3, para sempre.

CRIME, DEBILIDADE DO ESTADO E CORRUPÇÃO

Homicídios no Porto e Lisboa são luta entre «donos» de negócios ilícitos
O criminalista Barra da Costa defendeu hoje que os homicídios registados no Porto e Lisboa são uma luta entre uma rede de «donos» pelo domínio dos negócios de mercadorias ilegais cujos lucros são branqueados em actividades legais (O SOL).


Refere Susan Rose-Ackerman no seu livro "A Corrupção e os Governos" que, no seu estudo
sobre a Mafia siciliana, Diego Gambetta (1993) acentua a falta generalizada de confiança no Estado italiano. Se o Estado não pode oferecer um método fidedigno de resolver as disputas e de gerir as transferências privadas de propriedades aparecem as Mafias como substitutos. É sempre um sinal de "debilidade do Estado" (Varese 1994). Daí que o que aparece na notícia como explicação, deve antes ser entendida como causa; daí a responsabilidade do governo que tem de rapidamente apresentar resultados, sob pena de, por inércia ou incapacidade, retrocedermos à medieval justiça privada.

Sunday, December 9, 2007

FOTOPOEMA: AS MARÉS

Foto: Arlindo Pato Mota

Lânguidamente o mar penetra o rio,

invadindo os sapais, afagando as praias,

encobrindo o leito.

E o rio, insubmisso, invade as margens,

em ondas de desejo.

Arlindo Mota, in A Seda das Palavras


E SE ISTO FOR VERDADE?

O novo bastonário eleito, Marinho Pinto, foi entrevistado pelo Público/RR e afirmou coisas que no mínimo precisam de ser bem investigadas, mais a mais vindas de quem vêm (pesem as reticências que a sua forma de intervir possam suscitar):
- "Quem faz leis não pode ter clientes privados, pois já houve suspeitas de que se fizeram leis para clientes".
-" Tivemos verdadeiros escândalos nas leis de amnistia, em que houve crimes que foram incluídos entre a aprovação em plenário e a publicação em Diário da República."
-"Não gosto de ver situações em que há advogados políticos que têm um pé no escritório, um pé na assembleia e, às vezes, têm também as mãos no Governo, com poder para condicionar até designações de membros do executivo..." (Estão a ver alguém nesta situação? Só faltou dizer " e um espaço garantido na Televisão Pública"!)
E tudo isto foi dito no dia da cimeira Europa/África. Senhores Presidente da República, Procurador Geral da República, Presidente da Assembleia da República, etc., se nada for feito então é legítimo perguntar: Portugal, em termos democráticos, é o último da Europa ou o primeiro da África?

DUNAS DE CIMENTO INVADEM AS CETÁRIAS

Foto: Arlindo Pato Mota TÍTULO EXTRAÍDO DE UM POEMA DO AUTOR

Alerta a Visão (6/12/2007) "Pouco resta da paisagem natural do Norte da península, afogada no betão da futura cidade com mil fogos". O que ao tempo da implosão das torres de Tróia era descrito como virtude é agora descrita como "urbanização gigantesca". É para isso que é bom ter memória e que essa memória seja passada a escrito, como foi o caso das crónicas que deram origem ao livro "ALICE NO PAÍS DO FAZ-DE-CONTA", de Arlindo Mota. Aí se alertava, evocando o alerta do Dr. Antunes Dias, ex-Director da Reserva do Estuário do Sado, para o frágil ecossistema da Península de Tróia, antecipando, por defeito, o que estava em vias de ser construído.Vereremos também se a médio prazo se concretiza ou não a profecia que esse texto augurava: "...quem aposta que Tróia não se venha a constituir num agregado urbano de residência permanente e que o projecto da travessia rodoviária do Sado se venha a colocar com carácter de urgência?"

Sunday, December 2, 2007

ALICE NO PAÍS DO FAZ-DE-CONTA

Foto de Cilia Costa

As Crónicas da Alice, sob a forma de livro ("Alice no País do Faz-de-Conta") viram a luz do dia no dia 23 de Dezembro, no Salão Nobre da Camara Municipal de Setúbal, que se encheu por completo de amigos e leitores.
Na mesa, da esquerda para a direita, Adelino Gomes, Raul Tavares e Arlindo Mota, o progenitor da Alice. O livro tem grafismo de Ivone Ralha e prefácio do jornalista Adelino Gomes. Os leitores têm agora oportunidade de rever a personagem de Alice de uma forma mais tranquila, a qual, lúcida, sibilina, por vezes corrosiva, deixa escapar o seu desalento e perplexidade, pois jamais imaginara que "os homens do seu tempo pudessem esconder o Sol por não saberem o que fazer com a luz"
(Reportagem fotográfica completa, da autoria de Cília Costa, no Blog "GALERIA FOLHA D´HERA")

PARÁBOLA: O AMIGO

Perguntaram um dia ao senhor K. o que faria se tivesse um amigo. E ele respondeu: "Pintava-lhe o retrato e fazia com que ele se lhe parecesse". "Quem, o retrato?". "Não, o amigo".

B. Brecht, Histórias do Senhor K.

FOTOPOEMA: OUTONO

Foto de Cília Costa

O tempo era a monótona cidadela

de um Outono. Lentamente, as

folhas emudeceram e se colaram,

secamente, uma a uma.

Arlindo Mota in "A Seda das Palavras"

A MISSÃO

Manchete do Expresso: "BCP desistiu este ano de cobrar 28,5 milhões de euros a José Goes Ferreira, amigo próximo de Jardim Gonçalves e accionista do banco com 2,1 %".
Antes tinha sido o perdão de dívida ao filho do fundador do banco.
É conhecida a filiação de Jardim Gonçalves (e de outros elementos proeminentes da Administração) na Opus Dei.
Talvez isso sirva de explicação para esse e outros factos conhecidos ou a conhecer. Veja-se a sua Missão, transcrita directamente da página oficial da Obra:

OPUS DEI
"A sua missão consiste em difundir a mensagem de que o trabalho e as circunstâncias habituais são ocasião para um encontro com Deus, para o serviço aos outros e para melhorar a sociedade."