Saturday, March 31, 2007

OSTINATO RIGOR (Obstinado rigor) 1

Primeiro foram os magistrados, depois os professores, os médicos, os aposentados, a funçao pública (Ah os funcionários públicos, "porque não exterminá-los?") têm sido os bodes expiatórios de um governo que se compraz em os amesquinhar, omitindo deliberadamente quem os contratou e definiu as condições contratuais. Surge agora o TRIBUNAL DE CONTAS, usando do poder que é o seu (O de fiscalizar os gastos do Estado) revelando, relatório a relatório, coisas que desmascaram a verdadeira substância da cruzada contra o sector público.

Revela o relatório do TC que apesar das promessas de conrtenção orçamental, os gastos com os gabinetes ministeriais (pagamento a assessores, encomenda de estudos, não param de crescer. Assim, em 2003 (Governo Durão Barroso) registam-se verbas gastas de €59 milhões, em 2004 (Santana Lopes) €61 milhões, e em 2005 (Governo Sócrates) €95 milhões. A coisa promete: depois do actual presidente da República ter, quando era primeiro-ministro, designado o TC como força de bloqueio que fará Sócrates: Retirar-lhe poderes? Aguarda-se com curiosidade as cenas dos próximos capítulos...

Friday, March 30, 2007

NÓS E OS OUTROS...

No país do défice, onde todos os portugueses são chamados a fazer sacrifícios extremos, há que ir anotando estas notícias referentes a mordomias exorbitantes e que se passam em empresas públicas ou onde o Estado tem uma influência determinante, como é o caso daEDP ou da PT:

Escreve o DN de 30 de Março: "Miguel Hortae Costa, Carlos Vasconcellos Cruz, Iriarte Esteves e Paulo Fernandes, ex-administradores executivos da Portugal Telecom, receberam 9,7 milhões de Euros pela não renovação do mandato no ano passado....Dividindo o montante total pelos quatro gestores o resultado dá 2,4 milhões de euros a cada.
Na EDP, empresa onde o Estado ainda é o maior accionista, com 20,5 %, osadministradores cessantes da equipa liderada por João Talone receberam, em 2006, um total de 6,375 milhões de euros."

Monday, March 19, 2007

Sobre, Sob...Nós

Nós somos despedidos. Nós fazemos manifestações. Mas tratam-nos como um indicador estatístico e ignoram-nos na governação com a cumplicidade dos média. Mas começa a haver uma quebra no unanimismo que vem cobrindo o garrote desapiedado do governo sobre os mais desprotegidos(leia-se com atenção a última crónica de António Barreto no "Público" ou a de Nicolau Santos no "Expresso": eles começam a claudicar nas suas certezas sobre a bondade absoluta das medidas tomadas).
Recordo-de das incensadas reformas da Ministra da Educação assente num ataque feroz aos professores; a insensibilidade e a pesporrência do Ministro da Saúde, os ataques aos magistrados e aos militares (em suma, aos funcionários publicos...). Os resultados económicos são pobres, inferiores em muito à média europeia. E o povo não nestá galvanizado; está murcho, está triste. E o objecto das reformas não são coisas, são pessoas, somos nós...

Friday, March 16, 2007

Este País que é o meu...

Recebi as notícias sobre portugueses que viviam em regime de escravatura no país vizinho como um murro no estômago: não que não houvesse sinais, um pouco por todo o lado, do Reino Unido à Holanda, da degradação da condição do trabalhador e não apenas portugueses, e não apenas em Espanha (e Portugal com os emigrantes africanos e de paises de Leste). É que no Estado Novo estávamos todos muito atentos e condenávamos veementemente a situação. Hoje muitos dos que assim procediam estão no Governo ou na maioria que governa. Hão-de sentir qualquer coisa, por muito que estejam anestesiados pelo poder do Poder...

Tuesday, March 13, 2007

A Natureza tem horror ao vazio

O Sr. Ministro da Saúde vem encerrando paulatinamente "urgências" e "maternidades", em nome de estudos "científicos". Todos sabemos onde está a ciência e os outros também sabem: a natureza tem horror ao vazio, como dizia Aristóteles. Por isso, onde encerra um hospital ou uma maternidade, um privado vem ocupar o seu lugar. E os preços ficam mais caros, mas os médicos não faltam aí (e esse é outro misterioso multiplicar dos pães...que só terminará quando o sector privado tiver médicos privados e não acumulando com o sector público).
A bondade das medidas tomadas começam a ficar à vista. Oxalá me engane...

Saturday, March 10, 2007

A política de outsourcing afinal...

A Nova Gestão Pública vem imitando acriticamente a política de outsourcing (ou subcontratação, ou como se lhe queira chamar). Agora vem um gestor de topo e vencedor pôr em dúvida as virtudes do modelo: assim falou Henrique Granadeiro (Visão, 8 de Março):

"Não sou um fanático do outsourcing, política seguida durante muitos anos por esta empresa (a PT) com efeitos preversos, sobretudo ao nível da qualidade de serviço." Os mitos começam a abater-se...

Thursday, March 8, 2007

A Bola nem sempre é redonda...5 Estrelas

5 estrelas para o artigo de opinião de Jorge Olímpio Bento no jornal "A Bola" de hoje, intitulado "O país do 'nada presta' e da 'boa moeda'. Veja-se o começo e leia-se depois o resto e vão ver que a bola, por vezes é não apenas redonda, mas inteligente (e livre!) : "Era um país em que nada havia que prestasse. No sector público, eram todos malandros, atrasados, incompetentes, desonestos, calaceiros, madraços e improdutivos. Por, isso o governo foi forçado a intervir e a pedir ajuda a comissões e peritos assalariados e orgânicos e aos media generalistas. E eles coadjuvaram, de alma e coração, na política de culpabilização, receitando o que os demais deviam pensar, sentir, fazer, e esperar para o país viver bem".

O "panóptico": gerir a incerteza

O panóptico, termo inventado por Bentham, consiste numa construção em círculo, em cujo centro se acha a cadeira (virtual, agora no século XXI) do vigilante: o seu objectivo é estar atento às pessoas, às situações, às coisas...e tentar compreendê-las, divulgá-las, repudiá-las. amá-las.