Wednesday, October 31, 2007

FOTOPOEMA: A LUZ

Foto de Arlindo Pato Mota

"Volúpia de mil desejos,

Perfume de água e sal,

Em ti deposito um beijo,

E a luz, que é natural"

Arlindo Mota, in A Seda das Palavras

FOLHA D'HERA HOMENAGEIA GEDEÃO


Numa iniciativa da Associação Cultural FOLHA 'HERA António Gedeão, em 1 de Dezembro de 2006, foi homenageado em Setúbal, cidade a quem o poeta e professor dedicava particular afeição. Esteve então entre nós o Prof. Marques da Costa, da Comissão do Centenário, aluno e admirador, excelente comunicador (que infelizmente viria a falecer subitamente semanas depois). Foi particularmente emocionante a junção de várias gerações na evocação dessa figura austera e ímpar enquanto pedagogo e poeta. Foi aí revelado algumas facetas inéditas do homem e do poeta que fora entrevistado por um jovem aluno há muito a residir em Setúbal, Arlindo Pato Mota, e que foi um dos animadores da sessão, muito concorrida, que teve lugar no bar Art'Café, orientada por Conceição Crispim, com a participação das professoras Margarida Furtado, Margarida Costa, dos jovens músicos e cantores Bruno Morais e Susana Jordão, e de um grupo de jograis da Escola Secundária Sebastião da Gama. Apoio do Teatro Estúdio Fontenova.

Tuesday, October 30, 2007

ZOOM da semana: A Derrocada

No suplemento Actual do Expresso de 27 de Outubro, Joaquim Manuel Magalhães manifesta um estado de alma que a mim, que me quero julgar uma pessimista, não posso deixar de me preocupar, pois coincidem estranhamente com as minhas. Senão veja-se, e cito: "As políticas de sacrifício, pedidas já por dois governos consecutivos, estão a servir realmente para quê? Atrás dos computadores tudo se desumaniza e transforma em números e nos é dito em estatísticas.

"Mas as pessoas? O que são e o que sentem as pessoas? Pouco percebo destes assuntos, mas começo a acreditar que não está nestas políticas solução alguma, o caminho terá de ser outro."

"O que está a trazer a democracia aos portugueses? Fome, agravo, muito pouca capacidade de sobreviver, uma saúde desastrosa, um peso fiscal aterrador(...)"

Estas palavras, vindas de onde vêm, devem ser escutadas: "Os poetas têm normalmente razão só que antes do tempo".

FOTOPOEMA: SONHADO LUGAR DE EXÍLIO

Peniche. Praia do Carvoeiro. 2007. Foto de Arlindo Pato Mota

Atónitas, as gaivotas suspendem subitamente

o voo e poisam, absortas, indiferentes à

crescente velocidade do vento, à algazarra

das vagas, aos gritos das crias. (...)


Arlindo Mota, in "A Seda das Palavras"

Monday, October 29, 2007

A LEI E A ÉTICA


Vitor Constâncio, Governador do Banco de Portugal, que amiudadamente apela à compreensão dos cidadãos para "apertar o cinto" (coisa que chega a ser deprimente pelo ar tecnocrático que assume, estilo "não há outra coisa a fazer") deve voltar aos bancos do Pedro Nunes, à aula de Filosofia e reavivar as lições de ética: administradores com reformas em pleno periodo de vida activa pagas por todos os cidadãos; administradores que pedem emprestado ao BP dinheiro para comprar segundas ou terceiras habitações, sem juros, ou altamente bonificados, dá que pensar, lá isso dá...

Sunday, October 28, 2007

NÃO HÁ PACIÊNCIA

As empresas de telecomunicações desunham-se na procura do cliente. Veja-se o caso da Tv Cabo, Cabovisão, Optimus, Vodafone, TMN, Telecom, etc. Comparar os preçários dos diversos operadores é um calvário de que o cliente sai sempre derrotado. Comprovar a eficiência dos seus serviços de apoio ao cliente exige apoio psicológico urgente.
Depois de apanhado na rede o já cliente, se se deparar com uma anomalia do seu serviço vai experimentar a perversidade do modo como estas companhias operam: Veja-se o caso recente do pacote da TV Cabo que inclui o telefone, para além da Internet e dos canais de televisão. Crente, na sua boa fé, de que a correcção da anomalia seria tão fácil como ser cliente, segue os conselhos que lhe dão. “Telefone, estando junto do equipamento avariado”.
Primeira constatação: as chamadas são pagas. Segunda, acontece que o telefone fixo da Tv Cabo também está avariado!. Recorre ao telemóvel: quando a factura já ia em mais de 10 euros e a voz maviosa que o tinha atendido dizendo que estava em lista de espera e que seria atendido em breve havia sido substituída por música, o cliente começa a desesperar e desliga. Mais tarde, já mais apaziguado, volta a ligar na esperança de que o tempo de espera tivesse diminuído mas a cena repete-se. Ao fim de mais algumas tentativas consegue finalmente chegar à fala. Recebe então um inesperado mas profissional pedido de desculpas “mas que não podiam fazer nada, pois a infraestrura não estava preparada para tantos clientes e que em breve (dois ou três dias) a situação estaria resolvida”.
Apeteceu-lhe desistir e voltar ao operador antigo. Recordaram-lhe então que estava obrigado a um período de fidelização (termo que as empresas inventaram para substituir a palavra “refém”) por um ano; Percebeu, era por isso que o tratavam tão mal, pois estava “preso”, por uma alínea indiscriminada do contrato; mesmo assim estava decidido a desistir. Dirigiu-se à loja do cidadão ao balcão da TV CABO e ficou estupefacto com o que ali dizia “Neste balcão não se fazem alterações ao contrato”, isto é, reservado apenas para clientes ainda não fidelizados!

A IDADE DA INOCÊNCIA


Que pensavam os pais das Manuelas quando elas tinham oito anos?

Derrubado pelo 25 de Abril a ditadura do dito Estado Novo, acreditavam que rainhas, duques e marquezas, isto é o sangue azul, não lhe determinariam o futuro presente; que o dinheiro, o maganão, se distribuiria por mais bolsos e que estes tenderiam a ser mais iguais; que os partidos políticos que assumiam o poder em nome da democracia não iriam criar uma nova nobreza que se perpetuava no poder; que o poder, por ser exercido em nome do povo, era mais justo, equitativo, inteligente. Os pais da Manuela conhecem bem esses políticos. A pergunta é: e os políticos conhecem os anónimos pais das Manuelas, do alto dos seus cadeirões ou através dos olhos dos seus motoristas de libré?

ACABOU A LICENÇA SABÁTICA...

Leonard da VINCI
Advinha


Parar para pensar?

Pensar para parar?

Parar para continuar?

Continuar para quê?


Resposta: Logo se vê...