"Pressinto – ó irmão mais novo e aventureiro! – a viagem de descobrimento que tentarás. Sejas tu feliz na tua audácia: inspire-te a profundeza das águas límpidas, possas levar teu barco onde eu não fui! Que nada te imobilize nem detenha; nada: nem mesmo as tuas mesmas conclusões. Lembra-te de que a característica da Razão humana é o pleno à-vontade e o sorriso cândido diante das próprias coisas que ela faz, diante dos próprios rumos que ela traça, - pois sabe-se que a inteligência se não esgota em nenhuma das obras que produz; que ela a si mesma se não adora, mas sim que se observa e que se corrige, que desconfia de si e que ironiza, resignada a ressentir o mesmo anseio e a interrogar de novo o mar e os astros, - pronta a repassar, de velas côncovas, pela monotonia desolada das mesmas desoladas solidões...
Se és dos seus filhos, larga pois: a rosa dos ventos desabrocha as pétalas, rumos triunfais se abrirão para ti. Desmodorra, zarpa, arranca, dispara pelo azul o voo rápido, galga por sobre a onda... e sê libérrimo. Sim: um espírito livre. Não digo que o faças como um romântico, e posturando para ti como um herói: e sim que o sejas humildemente, concentrado, cheio de sensatez e senhor de ti: mas sempre pesquisador, sempre avançando, - e sempre livre.”
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