Foi decretado o fim do Estado de Bem Estar, que os dinheiros públicos não podiam assegurar, diziam. Iniciou-se uma era de privatizações de empresas públicas, mesmo as que até então eram consideradas estratégicas, mesmo aquelas que geravam lucros consideráveis para o Estado, que o privado agia com mais eficácia e eficiência que o sector público. O mundo assistia, deslumbrado, ao surgimento da economia de mercado.
À medida que se vai conhecendo a dimensão da reengenharia financeira posta em marcha pelos mais “brilhantes espíritos” da Wall Street, assente no egoísmo e na ambição, as escandalosas reformas milionárias auto-atribuídas dos administradores financeiros e os faustosos banquetes das empresas americanas à beira do abismo, é altura de começarem a ser equacionados alguns dos principais dogmas vigentes. A soma de todos os egoísmos não pode gerar o bem comum.
VER O MUNDO PELOS OLHOS DA ALICE. A WORLD LIKE ALICE? MUNDO PARADOXAL ONDE SE CRUZAM MORDOMIAS, INCERTEZAS E ESPERANÇAS. ONDE COABITAM SONHOS, UTOPIAS E REALIDADES.
Friday, October 31, 2008
PECADO MORTAL: A GULA
Nunca supuséramos que um ministro do nosso governo, tido por prudente e avisado, arriscasse um quinto das nossas contribuições para o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social na roleta da bolsa, perdendo neste vórtice, entre Janeiro e Setembro, cerca de 250 milhões de euros, nem que os Certificados de Aforro, produto que no imaginário do povo português sempre esteve associado a rentabilidade baixa mas sem risco e que este governo tratou de penalizar- penalizando-se…- reduzindo-lhe os incentivos com o “jogo a meio” e que agora tem vindo a ter rendimento negativo sem que o governo, o mesmo que pôs à disposição dos banqueiros 20 mil milhões de euros, lhe forneça uma palavra de conforto e uma medida correctiva, já que se trata de pessoas que ao Estado depositaram, confiantemente, todas as suas parcas poupanças.
Monday, October 20, 2008
ALBANO: AMIGO MAIOR QUE O PENSAMENTO
Albano Almeida, humilde e solidário. músico e coleccionador, amigo sempre. A sua colecção de instrumentos musicais está agora no Maeds - Museu de Arqueologia e Etnogafia da Assembleia Distrital de Setúbal, onde foi inaugurada no dia 18 de Outubro, com a presença de uma vasto número de convidados e de músicos setubalenses que fizeram questão de dizer presente.
Albano fez uma viva e bem fundamentada visita-guiada à exposição, em especial de instrumentos de cordas. Por fim, à guiza de ilustração, os músicos com quem o Autor mais assiduamente colabora, tocaram e (en)cantaram, que a amizade anda paredes com o talento. E, parece impossível, mas se não tinham obrigação de conhecer o Rui do Cabo na sua nova faceta de guitarrista e fadista, já é indesculpável não conhecer a "Banda do Andarilho", eles que há tanto tempo deliciam e se deliciam com os cantares genuínos do povo português, na senda e so inspiração de Zeca Afonso, de que são profundos admiradores.
Sunday, October 19, 2008
Thursday, October 16, 2008
ESPERAR PARA VER...
Friday, October 10, 2008
Thursday, October 9, 2008
OS TEMPOS ESTÃO SOMBRIOS
Monday, October 6, 2008
FOTOPOEMA: NUM SÓ PONTO
CASAMENTO DE HOMOSEXUAIS: PORQUE MUDEI DE OPINIÃO
Foto apm
Confesso que durante anos o preconceito habitou a minha consciência, até que, no exercício da minha actividade de advogado uma cliente me fez mudar de ideias. Reclamava, à luz da lei, com razão, um apartamento propriedade do seu pai, entretanto falecido. Do outro lado, o companheiro com quem o pai vivia há duas dezenas de anos. Cuidara dele - que um cancro ia minando inexoravelmente - extremosamente, até ao fim dos seus dias. Compreendi então que o amor e a afeição não tem de ser necessariamente entre seres do mesmo sexo. Não foi fácil combater preconceitos que alimentaram toda a minha educação. Ainda não é...
Confesso que durante anos o preconceito habitou a minha consciência, até que, no exercício da minha actividade de advogado uma cliente me fez mudar de ideias. Reclamava, à luz da lei, com razão, um apartamento propriedade do seu pai, entretanto falecido. Do outro lado, o companheiro com quem o pai vivia há duas dezenas de anos. Cuidara dele - que um cancro ia minando inexoravelmente - extremosamente, até ao fim dos seus dias. Compreendi então que o amor e a afeição não tem de ser necessariamente entre seres do mesmo sexo. Não foi fácil combater preconceitos que alimentaram toda a minha educação. Ainda não é...
A PALAVRA DOS OUTROS: O NOVO OÁSIS
Escreve Luis Marques no Expresso (4/10/2008): "Portugal é um país estranho Tem uma economia aberta, mas vive na ilusão de que os problemas dos outros pouco ou nada nos afectam. É este o nosso oásis. A economia cresce pouco, mas estamos seguros. O crédto malparado sobe, mas não há motivo para preocupações. Os portugueses estão a viver pior, mas não há falências. Este oásis é, na realidade, o nosso deserto."
Saturday, October 4, 2008
AINDA O CASO DA LICENCIATURA DE JOSÉ SÓCRATES
Transcrição de um relatório da ERC (Reguladora da Comunicação Social), audição de José Manuel Fernandes, director do "Público", a propósito de eventuais pressões exercidas pelo PM àcerca das notícias vindas a lume sobre a sua "licenciatura" pela Universidade Independente:
"(O Primeiro-Ministro José Sócrates) fez uma referência subtil ao facto de ter estabelecido uma boa relação com o Engº Paulo Azevedo, o que queria dizer, fiquei com uma boa relação com o seu accionista e vamos lá ver se isso não se altera. (Sublinhados nossos, sem comentários)
"(O Primeiro-Ministro José Sócrates) fez uma referência subtil ao facto de ter estabelecido uma boa relação com o Engº Paulo Azevedo, o que queria dizer, fiquei com uma boa relação com o seu accionista e vamos lá ver se isso não se altera. (Sublinhados nossos, sem comentários)
PINHEIRO DA CRUZ: BRANCO É GALINHA O PÕE
Foto apmQuando o Ministro anunciou a venda das prisões situadas em grandes centros urbanos e entre elas se encontrava a de Pinheiro da Cruz, na zona rural do concelho de Grândola, saltava à vista que tal inclusão encobria algo pouco transparente. À primeira vista a sua localização era um estorvo aos megaprojectos turísticos da costa alentejana, pois a herdade onde se situa obrigava a uma descontinuidade na frente mar. Para além disso, tinha muito a seu favor: produzia um vinho que granjeara justificado prestígio entre os enófilos e os consumidores, entre outras atracções. Nada temos contra uma decisão assente no estrito interessse nacional. Mas quando a distância mais curta entre dois pontos não é uma linha recta, há que desconfiar... E se nos puséssemos a advinhar: Os compradores do terreno será o grupo Espírito Santo, dono da herdade da Comporta e, sob uma designação ou outra da esmagadora maioria dos projectos turísto-imobiliários da costa alentejana. Vai uma apostinha?
O CAPITALISMO ESTÀ A "REGULAR" BEM?
Foto apm
Depois da tese estapafúrdia do Fim da História da autoria de Fukuyama, após a queda do muro de Berlim, que liquidava definitivamente a questão ideológica, eis que a toda poderosa economia lança de novo questões ideológicas (quiçá, que horror!, o retomar das questões de “esquerda” e “direita”…). Mas, então, quando para minimizar as tropelias do mercado e dos “mercadores” (gestores, executivos, accionistas…) o Estado, acérrimo defensor dos valores do mercado, usa o dinheiro dos contribuintes para tapar a ganância, e/ou a incompetência dos especuladores individuais e institucionais, emprestando, nacionalizando, disponibilizando fartas quantias para tapar os buracos criados pelo “virtuoso” funcionamento do mercado (quando antes arrogantemente desprezaram a pobreza e a exclusão social e guilhotinaram, sem dó nem piedade, a classe média - e não estamos a falar só do que se passa lá fora, mas das políticas que, por mimetismo o nosso governo foi levando a cabo “determinadamente”…) podemos afirmar que estamos todos no mesmo barco e navegamos nas mesmas águas? Ou voltámos, finalmente e de novo, `a política, no seu melhor e mais nobre sentido, estabelecendo paradigmas e permitindo escolhas aos cidadãos?
Depois da tese estapafúrdia do Fim da História da autoria de Fukuyama, após a queda do muro de Berlim, que liquidava definitivamente a questão ideológica, eis que a toda poderosa economia lança de novo questões ideológicas (quiçá, que horror!, o retomar das questões de “esquerda” e “direita”…). Mas, então, quando para minimizar as tropelias do mercado e dos “mercadores” (gestores, executivos, accionistas…) o Estado, acérrimo defensor dos valores do mercado, usa o dinheiro dos contribuintes para tapar a ganância, e/ou a incompetência dos especuladores individuais e institucionais, emprestando, nacionalizando, disponibilizando fartas quantias para tapar os buracos criados pelo “virtuoso” funcionamento do mercado (quando antes arrogantemente desprezaram a pobreza e a exclusão social e guilhotinaram, sem dó nem piedade, a classe média - e não estamos a falar só do que se passa lá fora, mas das políticas que, por mimetismo o nosso governo foi levando a cabo “determinadamente”…) podemos afirmar que estamos todos no mesmo barco e navegamos nas mesmas águas? Ou voltámos, finalmente e de novo, `a política, no seu melhor e mais nobre sentido, estabelecendo paradigmas e permitindo escolhas aos cidadãos?
Wednesday, October 1, 2008
VEJA AS SEMELHANÇAS: QUE TÊM DE COMUM?
Com base numa notícia de "O Público" de 1 de Outubro de 2008-
São Ex-ministros;
- Os dois primeiros (Ferreira do Amaral e Jorge Coelho): um é agora o Presidente da Lusoponte; o segundo é presidente executivo do maior accionista dessa empresa;
- Os Três foram Ministros das Obras Públicas e tutelaram a dita empresa, que explora a Ponte vasco da Gama.
Mais: O terceiro (Murteira Nabo) vai presidir à Comissão Técnica para dirimir uma questão que opõe o Estado à LUSOPONTE.
Moral da História: A "captura" pelas empresas privadas de políticos e reguladores, dotados de informação privilegiada e poder de influência, quando é que vai ser impedida em nome da transparência e da democracia?
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