João Villaret deixou-nos subitamente, ainda Alice não era gente. Pelo avô deliciou-se com o público que enchia os teatros para ouvir aquele homem grande, grande cuja voz ecoava ora declamando, ora sussurrando poemas de grandes autores pois que fora dotado de uma voz e um talento que capturava multidões.
Fora com minha mãe,já o artista tinha morrido, ao cinema São Jorge, à hora do almoço, a umas sessões (custavam vinte e cinco tostões, se não me falha a memória)de evocação de João villaret, impensáveis nestes tempos de hoje: um palco enorme, uma cadeira vazia, um holofote sobre essa mesma cadeira e uma magnífico, para a época, som, gentilmente cedido pela Philips. Só...e a sua voz gravada em vinil, na maior parte dos seus espectáculos no São Luiz. Quarenta minutos mágicos, fruidos em profundo silêncio naquela plateia imensa do São Jorge. Quanta emoção, quanta saudade daquele "Menino da sua Mãe" de Fernando Pessoa e tantos outros poemas que eu aprendi a amar depois de o ouvir. Hoje 21 de Janeiro, aniversário da sua morte, não podia deixar de dar aqui o meu testemunho
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