Vale a pena ler a entrevista de António Bracinha Vieira a Alexandra Lucas Coelho (Pública, 18.11.07). Excelente, tanto o entrevistador como o entrevistado, independentemente de concordarmos mais ou menos com as teses do autor: o que ressalta, e isso é uma coisa rara, é que é uma pessoa que pensa e que escreve o que pensa. A sua explicação sobre a eliminação de tudo o que é complexo a que se assiste, de forma mais ou menos encapotada, por quem manda no sistema escolar não é inocente, nem é sem consequências: "...o apagar do grego ou do latim, da filosofia e das humanidades surgiu na lei, os governos começaram a a decidir que não se ensinava isso nos liceus ou só em certos cursos. Os cursos de filosofia e de humanidades estão a fechar porque não têm alunos, e porquê? Porque o dinheiro é o objectivo".
Isso acarreta um enfraquecimento da linguagem e do pensamento. Aqui parei para ouvir o que dizia na rádio o Patriarca de Lisboa e que foi complementado por professor da Universidade Católica ao verberar o óbvio: O Ministério da Educação, ao contrário do que se vem passando noutros países, desqualifica a filosofia ao dispensar esta disciplina como essencial para acesso ao ensino superior, inclusive para os que quiserem cursar Filosofia na Faculdade. É mais um passo, não sabemos em que direcção, mas que não é o da cultura crítica, da abertura de avenidas de pensamento para tantos jovens adolescentes.
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