VER O MUNDO PELOS OLHOS DA ALICE. A WORLD LIKE ALICE? MUNDO PARADOXAL ONDE SE CRUZAM MORDOMIAS, INCERTEZAS E ESPERANÇAS. ONDE COABITAM SONHOS, UTOPIAS E REALIDADES.
Wednesday, September 16, 2009
Thursday, June 25, 2009
CAMINHOS AGRÍCOLAS PARTICULARES: POIS ENTÃO NÃO...
Tendo vivido grande parte das suas férias de infância e juventude naqueles lugares, onde não ia por razões pessoais há alguns anos, tentou refazer antigos caminhos de várias décadas e sentiu-se aturdida: ali era uma escavadora que impedia o acesso, além um portão. Então e o direito de passagem adquirido, como se diz na gíria do direito, por usucapião? Até, reparando na tabuleta que, de forma visível, lá estava incrustada “Caminho Agrícola Particular - Acesso Reservado nos termos dos artigos tais e tais do Código Civil”. Atónita, pois por ali sempre tinha passado a pé e de carro sem problemas, apurou a vista para tentar identificar os “agricultores” e o que via, claramente visto, era o surgimento de casas em madeira imitando as antigas cabanas que as gentes pobres, mas não despidas de gosto pela arquitectura, haviam erguido, rodeadas por vegetação, constituída por “espécies autóctones” importadas de outras bandas a peso de ouro. Ou seja, estava perante uma clara obra de promoção turístico-imobiliária de residência secundária. Os habitantes, aliciados pela força do dinheiro, eles que antes do 25 de Abril não podiam construir casa em alvenaria para não alcançarem direitos que decorrem do uso e do decurso do tempo, e por isso deram azo à sua imaginação e da pobreza criaram, com as suas mãos de artista e materiais pobres, as belas cabanas que agora os ricos copiavam, dando-lhe uns pequenos retoques e ademanes que o dinheiro sempre permite, onde estavam agora? Pois simplesmente já não estavam: uns haviam demandado a vila do Carvalhal, pequena para tanta procura, outros dirigiram-se para o pólo urbano mais perto e mais barato: Grândola.
Tuesday, June 9, 2009
SINAIS DOS TEMPOS
País curioso este, que julga tudo resolver mediante leis e ignora ou pretende ignorar a realidade que entra pelos olhos dentro: os jovens de hoje (na generalidade) não olham a escola como um lugar de saber e de promoção social (é uma seca!...), e a sociedade olha-os tão só como consumidores: senão como podíamos assistir ao baptismo de uma nova rede de telecomunicações (de uma empresa que até há pouco beneficiava de uma aura de seriedade como são os CTT) com o nome de phone-ix , a não ser para ganhar dinheiro fácil à custa da exploração do que de menos nobre tem o ser humano, e isto para não falar de uma campanha abjecta, que deveria não ser censurada (palavra que o 25 de Abril baniu), mas repudiada socialmente pelo seu baixo nível, grau de idiotia e erro de paralaxe intelectual, que passou inclusive pelas nossas televisões e que poderemos ainda sentir a náusea em www.peidos.com, toques para serem descarregadas para telemóvel! Contra isto que pode a escola ou a família fazer?
Tuesday, May 5, 2009
Bajo el cielo de paris, acordeon, Rogelio
Calou-se o acordeon do Dimas. Já se sabia que um dia aconteceria. Foi ontem. Obrigado pelo convívio e pela generosidade sem fronteiras, apesar das convicções bem firmadas. Companheiro, camarada, amigo.
Sunday, May 3, 2009
OS JOVENS, A ESCOLA, A SOCIEDADE
Anuncia-se mais uma medida: a extensão da escolaridade até ao 12.º ano. País curioso este, que julga tudo resolver mediante leis e ignora ou pretende ignorar a realidade que entra pelos olhos dentro: os jovens de hoje (na generalidade) não olham a escola como um lugar de saber e de promoção social (é uma seca!...), e a sociedade olha-os tão só como consumidores: senão como podíamos assistir ao baptismo de uma nova rede de telecomunicações (de uma empresa que até há pouco beneficiava de uma aura de seriedade como são os CTT) com o nome de phone-ix , a não ser para ganhar dinheiro fácil à custa da exploração do que de menos nobre tem o ser humano, e isto para não falar de uma campanha abjecta, que deveria não ser censurada (palavra que o 25 de Abril baniu), mas repudiada socialmente pelo seu baixo nível, grau de idiotia e erro de paralaxe intelectual, que passou inclusive pelas nossas televisões e que poderemos ainda sentir a náusea em www.peidos.com, toques para serem descarregadas para telemóvel! Contra isto que pode a escola ou a família fazer?
Wednesday, January 21, 2009
HOJE LEMBRO-ME DE JOÃO VILLARET
João Villaret deixou-nos subitamente, ainda Alice não era gente. Pelo avô deliciou-se com o público que enchia os teatros para ouvir aquele homem grande, grande cuja voz ecoava ora declamando, ora sussurrando poemas de grandes autores pois que fora dotado de uma voz e um talento que capturava multidões.
Fora com minha mãe,já o artista tinha morrido, ao cinema São Jorge, à hora do almoço, a umas sessões (custavam vinte e cinco tostões, se não me falha a memória)de evocação de João villaret, impensáveis nestes tempos de hoje: um palco enorme, uma cadeira vazia, um holofote sobre essa mesma cadeira e uma magnífico, para a época, som, gentilmente cedido pela Philips. Só...e a sua voz gravada em vinil, na maior parte dos seus espectáculos no São Luiz. Quarenta minutos mágicos, fruidos em profundo silêncio naquela plateia imensa do São Jorge. Quanta emoção, quanta saudade daquele "Menino da sua Mãe" de Fernando Pessoa e tantos outros poemas que eu aprendi a amar depois de o ouvir. Hoje 21 de Janeiro, aniversário da sua morte, não podia deixar de dar aqui o meu testemunho
Fora com minha mãe,já o artista tinha morrido, ao cinema São Jorge, à hora do almoço, a umas sessões (custavam vinte e cinco tostões, se não me falha a memória)de evocação de João villaret, impensáveis nestes tempos de hoje: um palco enorme, uma cadeira vazia, um holofote sobre essa mesma cadeira e uma magnífico, para a época, som, gentilmente cedido pela Philips. Só...e a sua voz gravada em vinil, na maior parte dos seus espectáculos no São Luiz. Quarenta minutos mágicos, fruidos em profundo silêncio naquela plateia imensa do São Jorge. Quanta emoção, quanta saudade daquele "Menino da sua Mãe" de Fernando Pessoa e tantos outros poemas que eu aprendi a amar depois de o ouvir. Hoje 21 de Janeiro, aniversário da sua morte, não podia deixar de dar aqui o meu testemunho
Tuesday, January 20, 2009
Lágrima de Preta - Manuel Freire
Assisti à tomada de posse de Obama como Presidente dos Estados Unidos. Com esperança? Não acredito em messias. Mas existiram sinais de emoção em tanto rosto humilde, que é de mau gosto dizer que tudo vai continuar na mesma.
AFINAL ONDE ESTÃO?
Afinal onde estão os ricos do BPP, pois a televião repete ad nausea investidores modestos que relamam veementemente o seu dinheiro? A propósito, tenho saudades do comendador Joe Berardo, que ocupava literal e frequentemente os media, falando no seu peculiar anglo-português a propósito do tudo e do nada e que agora que o assunto incide sobre o seu core business - o jogo da bolsa - mantém estranha mudez.
Será que está a procurar, como tantos outros, alguma boa razão para ser ressarcido das perdas, que não devem ser pequenas, sobretudo se pensarmos que ele pediu uns largos milhões de euros à banca para adquirir acções do BCP, quando foi da OPA sobre o BPI, agora que a cotação dessas acções caiu a pique?. Decerto que o seu silêncio não é sinal de impassibilidade.
Será que está a procurar, como tantos outros, alguma boa razão para ser ressarcido das perdas, que não devem ser pequenas, sobretudo se pensarmos que ele pediu uns largos milhões de euros à banca para adquirir acções do BCP, quando foi da OPA sobre o BPI, agora que a cotação dessas acções caiu a pique?. Decerto que o seu silêncio não é sinal de impassibilidade.
QUANDO O VENTO SOPRA...
Alice, enrola-se na manta, que o frio viera de supetão e ousado Mas não era o frio
nem a chuva que haviam caído abruptamente que a mantinham ensimesmada, mas sim os
sinais que as crises, como ela gostava de sublinhar, a interna que os mandantes do
momento mascaram de vitória sobre o défice e que, sem aumentar a riqueza do país,
reduzira a classe media a uma quase indigência e os pobres a um futuro sem
horizonte, nem a externa, cujos sinais já não iludem ninguém: desemprego, fome,
desespero, por um tempo que nem os mais cotados economistas se atrevem a prever.
Pois se até os ricos estendem a mão à caridade – caso do BPP – e logo a alcançam,
à custa dos contribuintes, ou se descobre que a fortuna nasce e se multiplica à
custa de falta de escrúpulos, fraudes e compadrios económico-políticos – como parece
ser o caso do BPN.
nem a chuva que haviam caído abruptamente que a mantinham ensimesmada, mas sim os
sinais que as crises, como ela gostava de sublinhar, a interna que os mandantes do
momento mascaram de vitória sobre o défice e que, sem aumentar a riqueza do país,
reduzira a classe media a uma quase indigência e os pobres a um futuro sem
horizonte, nem a externa, cujos sinais já não iludem ninguém: desemprego, fome,
desespero, por um tempo que nem os mais cotados economistas se atrevem a prever.
Pois se até os ricos estendem a mão à caridade – caso do BPP – e logo a alcançam,
à custa dos contribuintes, ou se descobre que a fortuna nasce e se multiplica à
custa de falta de escrúpulos, fraudes e compadrios económico-políticos – como parece
ser o caso do BPN.
Sunday, January 18, 2009
Palabras para Julia - Paco Ibañez.
Paco Ibanez esteve em Lisboa na Culturgest. Esgotou, fiquei de fora. Bem feito. Recuperei esta canção sobre um poema de Goytisolo, pura seda das palavras.
apm
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