Depois das desastradas intervenções de Molin (deserto de ideias ou incontinência verbal?) o presidente da CIP aparece, qual milagre, com um novo estudo que aponta a localização para o Campo de Tiro de Alcochete. O governo, surpreendentemente, apressou-se a estabelecer tréguas, numa altura em que a opinião pública começava a impacientar-se e a sociedade civil se mobilizava em crescendo e o Presidente da República se mostrava indisposto com o que se passava. Mas esta mansidão do governo pode e deve ser olhada de soslaio: vem a calhar para a candidatura de António Costa para a Câmara de Lisboa, que se vê livre de uma situação incómoda; vem a calhar para o governo porque ganha alguma calmaria, e melhor ainda, ganhará uma legitimidade acrescida (agora fortemente posta em causa) se no final for a OTA a localização escolhida (e o estudo vai ser encomendado a um organismo dependente do governo...). Em Dezembro, as vozes mais incómodas já terão desmobilizado...
Estranho, estranho continua a ser o comportamento da Quercus: mais parecem porta-vozes governamentais com intervenções como a da Susana, pelo que sugiro que a Associação ambientalista reflicta sob o perigo de ir perdendo cada vez mais credibilidade (O Francisco Ferreira foi mais inteligente no debate da SIC Notícias mas sempre numa posição defensiva e pouco clara, o que lamento pelo apreço que tenho por ele).
E não ajudou muito o reaparecimento do JM Palma, apresentado ora como ex-presidente da Quercus, ora como consultor - mas esse, que vive sempre no melhor dos dois mundos, as suas intervenções só vêm reforçar a posição contrária desde os tempos em que defendeu extremosamente a co-incineração em nome da Secil.
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