Depois de ler a entrevista do presidente da ASAE ao semanário SOL, onde repetiu os argumentos já expressos noutros meios de comunicação, não pude deixar de ficar apreensivo: 700 a 800 normativos para fazer cumprir significa outros tantos normativos para serem entendidos. De um supetão, sem pedagogia (quer pela complexidade da tarefa, quer pela consabida falta de preparação de alguns dos operadores económicos), insensível às consequências (o desemprego de milhares de pessoas, já das mais desprotegidas da sociedade). Certamente que a ASAE estava também na mira de Pacheco Pereira quando adverte para um "fascismo higiénico". É certo que alguma coisa havia a fazer em certos sectores no domínio da higiene, mas depressa o que ficou associado à entidade fiscalizadora foi a gula mediática, o cerco aos pequenos, ao caseiro, aos segredos das nossas avós na culinária.
Temo bem que, com justeza, se lhe aplique a célebre máxima cartesiana, prenhe de ironia: "O bom senso é a coisa que, no mundo, está melhor distribuída (...) pois os mais difíceis de contentar em todas as outras coisas não parecem desejar mais do que o que têm." (Citado de cor)
No comments:
Post a Comment